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sexta-feira, 1 de setembro de 2023

📚 Independência do Brasil: texto informativo


Independência do Brasil

A Independência do Brasil, comemorada em 7 de setembro, foi um acontecimento que mudou os rumos da nação.

Vários eventos desencadearam a necessidade de ficar independente de Portugal, portanto é importante entender a história desde o começo.

Com a chegada da família real ao Brasil, começa a se delinear uma nova condição econômica. Em 1808, com a abertura dos portos, o Brasil deixou de ser colônia, atendendo os interesses da elite agrária brasileira.

Apesar de um momento inicial da história, esse episódio, que marca a política de Dom João VI no Brasil, é considerado a primeira medida formal em direção à independência.

Os aristocratas portugueses não gostaram nada dessa situação, pois perdiam cada vez mais espaço político. Dessa forma, passaram a alimentar um movimento de mudanças que culminou em uma revolução constitucionalista em Portugal.

A Revolução Liberal do Porto foi outro movimento marcante da época tinha como objetivo reestruturar a soberania política portuguesa por meio de uma reforma liberal que limitaria os poderes do rei e reconduziria o Brasil novamente à condição de colônia.

Decorrente desse movimento, os portugueses revolucionários formaram uma espécie de Assembleia Nacional que ganhou o nome de "Cortes", que teve como protagonistas as principais figuras lusitanas exigindo que o Rei Dom João VI retornasse à terra natal para legitimar as transformações políticas em andamento.

Temendo perder a sua autoridade real, Dom João VI saiu do Brasil em 1821 e nomeou seu filho, Dom Pedro II, como príncipe regente do Brasil.

Durante um tempo Dom Pedro seguiu as ordens da corte portuguesa, mas acabou percebendo que as leis vindas de Portugal pretendiam transformar o Brasil novamente em uma simples colônia.

Então, pouco tempo depois que assumiu, Dom Pedro passou a tomar medidas em favor da população brasileira e começou a ganhar prestígio.

Suas primeiras medidas foram: baixar os impostos e equipar as autoridades militares brasileiras ao mesmo nível das lusitanas.

Inicia-se um dos momentos mais conturbados desse período, pois essas ações desagradaram muito as Cortes de Portugal que exigiram que o príncipe retornasse para Portugal e entregasse o Brasil ao controle de uma Junta Administrativa formada pelas Cortes.

A pressão portuguesa despertou a elite econômica brasileira para um novo domínio de Portugal e o retorno ao estado de colônia. Assim, os grandes fazendeiros e comerciantes passaram a defender a ascensão política de Dom Pedro e incentivá-lo a ser líder da independência brasileira.

No final de 1821, quando as pressões das Cortes atingiram seu auge, os defensores da independência organizaram um grande abaixo-assinado solicitando a permanência de Dom Pedro no Brasil.

Nesse contexto e atendendo a demonstração de apoio, no dia 9 de janeiro de 1822, Dom Pedro  recebeu um abaixo-assinado pedindo-lhe que ficasse.

Dom Pedro, atendendo ao desejo do povo, declarou: "Como é para o bem de todos e a felicidade geral da nação, estou pronto! Digam ao povo que fico".

Dom Pedro reafirmou sua permanência no cenário político brasileiro e atendeu aos interesses dos ricos fazendeiros brasileiros e esse dia passou a ser conhecido em nossa história como o "Dia do Fico".

Dom Pedro logo teve a iniciativa de incorporar figuras políticas brasileiras que eram a favor da Independência aos quadros administrativos de seu governo.

Outra medida adotada foi convocar uma Assembleia Constituinte, organizar a Marinha de Guerra e obrigar as tropas de Portugal a voltarem para o reino.

Dom Pedro também decretou que, nenhuma ordem vinda de Portugal poderia ser adotada sem sua autorização prévia. Foi justamente essa medida que tornou sua relação política com as Cortes praticamente insustentável.

Em uma última tentativa de acordo, a assembleia lusitana enviou um novo documento para o Brasil exigindo o retorno de Dom Pedro para Portugal sob a ameaça de invasãomilitar, caso a exigência não fosse imediatamente cumprida.

Ao tomar conhecimento do documento, Dom Pedro fez uma declaração oficial reafirmando o seu acordo com os brasileiros.

Então, no dia 7 de setembro de 1822, às margens do Rio Ipiranga, em São Paulo, Dom Pedro pôs fim a era Brasil Colônia e declarou a independência do Brasil.

Houve batalhas pela Independência, uma vez que tropas leais à Portugal recusaram-se a aceitar a Independência do Brasil em algumas partes do território.

Os brasileiros venceram o ataque das tropas lusitanas e Portugal só reconheceu a Independência do Brasil em 1824.

Dom Pedro tornou-se o Imperador do Brasil, com o título de Dom Pedro I.

O Brasil passou a ser uma monarquia, uma forma de governo em que os poderes são exercidos pelo rei ou imperador.

quinta-feira, 31 de agosto de 2023

📚 Independência do Brasil: texto e atividade


Independência do Brasil

Dom João VI voltou para Portugal e deixou seu filho Dom Pedro, com apenas 22 anos, no Brasil. No entanto, Antes de partir, Dom João VI esvaziou os cofres do Banco do Brasil e deixou Dom Pedro como príncipe regente. Os portugueses não gostaram da permanência de Dom Pedro no Brasil, pois queriam que o Brasil voltasse à posição de colônia.

Os brasileiros elaboraram um documento, assinado por milhares de pessoas, pedindo a sua permanência no Brasil. Dom Pedro se mostrou favorável à solicitação: - Como é para o bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que fico. Esta declaração de Dom Pedro foi feita no dia 09 de janeiro de 1822, data que ficou conhecida como o “Dia do Fico”. Dias depois, Dom pedro formou seu ministério, nomeando para ministro do Reino José Bonifácio Andrade e Silva.

Como as ameaças de Portugal continuaram, Dom Pedro que fora controlar conflitos brasileiros e portugueses na província de São Paulo, anunciou, às margens do Riacho Ipiranga, no dia 07 de setembro de 1822: “Brasileiros, as cortes de Lisboa, querem escravizar-nos. De hoje em diante, nossas relações estão quebradas. Nenhum laço nos une mais, estamos separados de Portugal”. Puxando a espada gritou: "Independência ou Morte! No dia 12 de outubro de 1822, Dom Pedro foi aclamado Imperador do Brasil com o nome de D. Pedro I.

ATIVIDADE

1-O que Dom João VI fez antes de voltar para Portugal?

2-Você concorda com a atitude de Dom João VI?

3-Na sua opinião, porque era interessante para Portugal transformar novamente o Brasil em colônia?

4-Explique o Dia do Fico:

5-Quem Dom Pedro nomeou como Ministro do Reino?

6-Escreva o que Dom Pedro fazia em São Paulo quando gritou "Independência ou Morte"?

7-Em que dia, mês e ano foi proclamada a Independência do Brasil?

8-Quando Dom Pedro foi aclamado o primeiro imperador do Brasil?

9-Explique a diferença entre Monarquia e República:

10-Qual o atual sistema de governo do Brasil?

quarta-feira, 30 de agosto de 2023

📚 Independência ou morte: Brasil rompe seus laços com Portugal


INDEPENDÊNCIA OU MORTE: BRASIL ROMPE SEUS LAÇOS COM PORTUGAL 

Um importante capítulo da história do Brasil foi escrito às Margens do Rio Ipiranga, em São Paulo, em um dia como hoje, no ano de 1822. De acordo com a historiografia clássica, foi naquele 7 de setembro que o nosso país conquistou a independência política de Portugal, em um momento que ficou marcado pelo "Grito do Ipiranga",  proclamado por D. Pedro I. Com as famosas palavras "Independência ou Morte", D. Pedro I decretou o fim do domínio português no território brasileiro. Apesar da autonomia política, o Brasil, contudo, ainda era dependente economicamente de potências como a Inglaterra.

De acordo com a historiografia moderna, no entanto, este processo de independência teve início em 1808, quando houve a transferência da corte portuguesa para o Brasil por conta do avanço das tropas napoleônicas na Península Ibérica. Além disso, outras revoltas contra o domínio português também marcaram nossa história, mesmo antes da chegada da corte ao Brasil, como foi o caso da Inconfidência Mineira (1789).

Entre os fatos mais imediatos que resultaram no Grito do Ipiranga está o "Dia do Fico", ocorrido em 9 de janeiro de 1822, quando D. Pedro I se recusou a cumprir a exigência da corte de Lisboa que determinava seu retorno a Portugal. Com isso, mostrava-se clara a intenção de "recolonizar" o Brasil, mas a presença de D. Pedro impedia este propósito. Este, no entanto, não retornou e proclamou: "Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que fico."

Depois disso, uma série de medidas prepararam o terreno para uma inevitável independência do Brasil. D. Pedro convocou uma Assembleia Constituinte, organizou a Marinha de Guerra e ordenou o retorno das tropas de Portugal. Ainda determinou que nenhuma lei de Portugal iria valer no Brasil sem sua autorização. 

Poucos dias antes da proclamação da independência brasileira, Maria Leopoldina assinou, no dia 2 de setembro, o decreto da Independência, declarando o Brasil separado de Portugal. Esposa de D. Pedro, ela havia assumido como princesa regente enquanto o príncipe estava apaziguando ânimos exaltados em São Paulo. Ela usou seus atributos de chefe interina do governo para fazer uma reunião com o Conselho de Estado, ocasião em que o documento foi assinado.

Durante a viagem, D. Pedro recebeu uma nova carta de Portugal que anulava a Assembleia Constituinte e exigia a volta imediata dele para a metrópole. Todas estas notícias chegaram a D. Pedro quando ele retornava de Santos para São Paulo. Diante de todos estes fatos, só havia uma coisa a fazer: à beira do riacho do Ipiranga, ele levantou a espada e gritou: "Independência ou Morte!". Em dezembro de 1822, D. Pedro foi declarado imperador do Brasil.

A independência do Brasil foi reconhecida, primeiramente, por Estados Unidos e o México. Portugal só fez isso depois do pagamento de 2 milhões de libras esterlinas, dinheiro que D. Pedro pegou emprestado da Inglaterra.

Apesar do valor histórico do 7 de setembro, velhas estruturais sociais permaneceram intactas, já que a população mais pobre não fez parte do processo e permaneceu a distribuição desigual de renda. De um lado, havia uma poderosa elite agrária e, do outro, os traços fortes de uma nova nação que carregaria por muito tempo o peso dos 300 anos de escravidão em sua história.

Conheça os principais fatos e personagens da independência:

O ACORDO COM OS INGLESES

Aliados antigos dos portugueses, os ingleses escoltaram a família real em sua viagem ao Brasil por conta das invasões francesa e espanhola que estavam em curso no território português. Quatro naus da Marinha Real Britânica, sob o comando do capitão Graham Moore, reforçaram a esquadra portuguesa até o Brasil. Ao todo, foram aproximadamente 50 embarcações, com 20 mil pessoas a bordo. A viagem começou no dia 29 de novembro de 1807 e só terminou no dia 24 de janeiro do ano seguinte. Após uma longa jornada precária, com suprimentos insuficientes e barcos superlotados, a comitiva real desembarcou em Salvador.

Ali mesmo, foi assinado Decreto de Abertura dos Portos às Nações Amigas, leia-se Inglaterra. Vale destacar que Portugal e Inglaterra têm o pacto de aliança mais antigo do mundo, o Tratado Anglo-Português, firmado em 1373.

NAPOLEÃO BONAPARTE

Napoleão já tinha o plano de invadir Portugal e repartir o reino em três partes com os seus aliados. Para isso, forçou uma aliança, o Tratado de Fontainebleau (1807), com a realeza espanhola, em que obrigou a abdicação do trono de Carlos IV em favor do seu irmão José Bonaparte. Como os portugueses não podiam abrir mão dos negócios com seus parceiros ingleses, a solução foi transferir todo seu aparelho estatal para a colônia no Brasil, em 1808. Após a invasão de Portugal, Napoleão teve dificuldade em exercer o seu domínio tanto ali quando na Espanha. O fato é considerado uma falha estratégica do poderoso imperador francês. Em 1820, com a Revolução em Portugal, a corte retornou ao Brasil.

D. JOÃO VI

Então princípe regente, Dom João VI tomou a decisão de aceitar a proteção inglesa e fugir para o Brasil tendo em vista sua delicada posição naquele momento: deveria ficar do lado de Napoleão, ou do lado dos ingleses? Ele simulou uma submissão voluntária à França, mas, nos bastidores, fazia pactos secretos com os ingleses. Pressionado de todos os lados, D. João decidiu pela retirada da corte portuguesa para bem longe da Europa. A sua jogada foi lembrada por Napoleão que, antes de morrer na prisão na Ilha de Santa Helena, disse: "O único que me enganou".

CARLOTA JOAQUINA

Casada com Dom João VI, ela foi Imperatriz do Brasil, entre 1825 e 1826. Entrou também na história como a "A Megera de Queluz" devido à sua forte personalidade. Acabou isolada no Palácio de Queluz, nos arredores de Lisboa, por ter conspirado contra seu marido. Ela teve o seu casamento arranjado com D. João VI quando tinha apenas 10 anos. Seu pai era o Rei Carlos IV, da Espanha, que seria mais tarde obrigado por Napoleão a abdicar do trono.

D. PEDRO I

D. Pedro é uma figura central na independência do Brasil. No dia 7 de setembro de 1822, às margens do Rio Ipiranga, em São Paulo, ele proclamou o surgimento de um novo país, com o grito de "Independência ou Morte". Por conta disso, também é chamado de Libertador e tornou-se o fundador e primeiro monarca do Império do Brasil.

JOSÉ BONIFÁCIO

Conhecido como o patriarca da independência, foi devido a ele que D. Pedro aderiu ao movimento emancipador no Brasil. Logo após o 7 de setembro, ele organizou a ação militar contra os focos de resistência à separação e comandou uma política centralizadora. Também foi ministro do Reino e dos Negócios Estrangeiros de janeiro de 1822 a julho de 1823. Contudo, a convivência no poder entre ele e D. Pedro se deteriorou e eles romperam ligações, o que levou José Bonifácio a viver no exílio na França por seis anos. Mais tarde, se reconciliaram e José Bonifácio chegou a ser tutor de Pedro II quando seu pai abdicou do trono em 1831.

MARIA LEOPOLDINA

Maria Leopoldina assinou, no dia 2 de setembro, o decreto da Independência, declarando o Brasil separado de Portugal. Esposa de D. Pedro, ela havia assumido como princesa regente enquanto o príncipe estava apaziguando ânimos exaltados em São Paulo. Ela usou seus atributos de chefe interina do governo para fazer uma reunião com o Conselho de Estado, ocasião em que o documento foi assinado.

MARQUESA DE SANTOS

Ela foi uma figura que agitou a corte portuguesa. Domitila de Castro Canto e Melo, a Marquesa de Santos, era uma conhecida amante de Dom Pedro I. Os dois se conheceram poucos dias antes do príncipe proclamar a independência do Brasil. O romance durou até 1829, pois, de acordo com histórias da época, ela teria ficado enfurecida ao descobrir que a própria irmã e Dom Pedro mantinham um relacionamento. Contudo, quem mais sofria com a história era a imperatriz D. Leopoldina, que, de acordo com relatos, teria morrido aos 29 anos de depressão e infelicidade por ter que suportar a presença da Marquesa de Santos na corte.

LORD COCHRANE

Herói nacional do Reino Unido por conta do seu sucesso nas Guerras Napoleônicas, Lord Cochrane organizou a Armada Imperial Brasileira após afastar-se do governo britânico.

📚 Letra do Hino da Independência do Brasil


Letra do Hino da Independência do Brasil. 

Hino da Independência do Brasil
Letra: Evaristo da Veiga
Música: Dom Pedro I

Já podeis, da Pátria filhos
Ver contente a mãe gentil
Já raiou a liberdade
No horizonte do Brasil
Já raiou a liberdade
Já raiou a liberdade
No horizonte do Brasil

Brava gente brasileira!
Longe vá, temor servil
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil

Os grilhões que nos forjava
Da perfídia astuto ardil
Houve mão mais poderosa
Zombou deles o Brasil
Houve mão mais poderosa
Houve mão mais poderosa
Zombou deles o Brasil

Brava gente brasileira!
Longe vá, temor servil
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil

Não temais ímpias falanges
Que apresentam face hostil
Vossos peitos, vossos braços
São muralhas do Brasil
Vossos peitos, vossos braços
Vossos peitos, vossos braços
São muralhas do Brasil

Brava gente brasileira!
Longe vá, temor servil
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil

Parabéns, ó brasileiro
Já, com garbo varonil
Do universo entre as nações
Resplandece a do Brasil
Do universo entre as nações
Do universo entre as nações
Resplandece a do Brasil

Brava gente brasileira
Longe vá, temor servil
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil
Ou ficar a pátria livre
Ou morrer pelo Brasil

📚 Poema: O que é Pátria?


 O que é Pátria?

Pátria é: nossa terra...
Pátria é: nossas florestas, nossos verdes.
Pátria é: nossos campos floridos...
Pátria é: nossos pássaros multicores, nossos animais...
Pátria é: nosso céu azul anil, nossas estrelas, nossa lua...
Pátria é: nosso céu radiante.
Pátria é: nossos rios, nosso mar...
Pátria é: nossa gente...
Pátria é: não é ninguém!
São todos!
É cidadania!
É amor!

📚 Independência do Brasil: Resumo Histórico


INDEPENDÊNCIA DO BRASIL 
Resumo Histórico 

Introdução 
A Independência do Brasil é um dos fatos históricos mais importantes de nosso país, pois marca o fim do domínio português e a conquista da autonomia política. Muitas tentativas anteriores ocorreram e muitas pessoas morreram na luta por este ideal. Podemos citar o caso mais conhecido: Tiradentes. Foi executado pela coroa portuguesa por defender a liberdade de nosso país, durante o processo da Inconfidência Mineira.

Dia do Fico 
Em 9 de janeiro de 1822, D. Pedro I recebeu uma carta das cortes de Lisboa, exigindo seu retorno para Portugal. Há tempos os portugueses insistiam nesta ideia, pois pretendiam recolonizar o Brasil e a presença de D. Pedro impedia este ideal. Porém, D. Pedro respondeu negativamente aos chamados de Portugal e proclamou: "Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que fico."

O processo de Independência
Após o Dia do Fico, D. Pedro tomou uma série de medidas que desagradaram a metrópole, pois preparavam caminho para a independência do Brasil. D. Pedro convocou uma Assembleia Constituinte, organizou a Marinha de Guerra, obrigou as tropas de Portugal a voltarem para o reino. Determinou também que nenhuma lei de Portugal seria colocada em vigor sem o "cumpra-se", ou seja, sem a sua aprovação. Além disso, o futuro imperador do Brasil, conclamava o povo a lutar pela independência.
O príncipe fez uma rápida viagem à Minas Gerais e a São Paulo para acalmar setores da sociedade que estavam preocupados com os últimos acontecimentos, pois acreditavam que tudo isto poderia ocasionar uma desestabilização social. Durante a viagem, D. Pedro recebeu uma nova carta de Portugal que anulava a Assembleia Constituinte e exigia a volta imediata dele para a metrópole.
Estas notícias chegaram as mãos de D. Pedro quando este estava em viagem de Santos para São Paulo. Próximo ao riacho do Ipiranga, levantou a espada e gritou: "Independência ou Morte!". Este fato ocorreu no dia 7 de setembro de 1822 ¹e marcou a Independência do Brasil. No mês de dezembro de 1822, D. Pedro foi declarado imperador do Brasil.

Pós Independência
Os primeiros países que reconheceram a independência do Brasil foram os Estados Unidos e o México. Portugal exigiu do Brasil o pagamento de 2 milhões de libras esterlinas para reconhecer a independência de sua ex colônia . Sem este dinheiro, D. Pedro recorreu a um empréstimo da Inglaterra. Embora tenha sido de grande valor, este fato histórico não provocou rupturas sociais no Brasil. O povo mais pobre se quer acompanhou ou entendeu o significado da independência.A estrutura agrária continuou a mesma, a escravidão se manteve e a  distribuição de renda continuou desigual. A elite agrária, que deu suporte D. Pedro I, foi a camada que mais se beneficiou.

terça-feira, 29 de agosto de 2023

📚 Independência do Brasil


INDEPENDÊNCIA DO BRASIL 

A Independência do Brasil é comemorada no dia 7 de setembro, dia em que ocorreu o Grito do lpiranga", em 7 de setembro de 1822. Embora comemorada num dia especifico, a Independência do Brasil foi resultado de um longo processo libertário que culminou com a emancipação do território brasileiro da Coroa Portuguesa.

O PROCESSO DA INDEPENDÊNCIA

Como veremos no texto abaixo, a proclamação da independência do Brasil não foi o resultado de um ato impulsivo no qual D. Pedro brada "Independência ou Morte!"

Na verdade, ela foi o resultado de uma série de lutas ocorridas nesses 322 anos de colonização, que foram se agravando a cada dia, à medida que aumentavam as tensões sociais, econômicas e politicas entre Brasil e Portugal.

Movimentos externos como a Independência dos Estados Unidos (4 de julho de 1776), Revolução Francesa (1789-1799) e Independência do Haiti (1 de janeiro de 1804), inspiraram os movimentos libertários brasileiros como a Inconfidência Mineira (1789) e a Revolta dos Búzios, ou Revolta dos Alfaiates (1798).

A rejeição ao absolutismo monárquico e ao colonialismo aumentava dentro e fora do Brasil. As ideias do iluminismo pregavam a liberdade de expressão e de culto a noção de que os homens nasciam livres e iguais e que seus direitos como pessoas predominavam sobre os direitos divinos invocados pelos reis a fim de manter seus privilégios. Aliado a isso, a transferência da Corte portuguesa para o Brasil desencadeou um processo de crescimento econômico e cultural que as novas elites brasileiras jamais pensavam em perder.

1789
A Inconfidência Mineira (Conjuração Mineira) é desmantelada pela Coroa Portuguesa, acabando com esse movimento separatista ocorrido na capitania de Minas Gerais.

1798
Em 13 de agosto de 1798, é abortada a Revolta dos Búzios (Revolta dos Alfaiates, Conjuração Baiana), em Salvador, uma luta popular em busca da independência, abolição da escravatura e igualdade racial e social.

1799
Em 15 de julho de 1799, D. João Maria de Bragança, foi efetivado como principe-regente de Portugal, após sua mãe, D. Maria l, ter sido diagnosticada como louca.

1803
Nesse ano, tem inicio as Guerras Napoleônicas (1803-1815), conflito armado no qual Napoleão decretou guerra a praticamente toda a Europa. Um grande empecilho para as ambições conquistadoras de Napoleão era a resistência da Inglaterra.

1806
Com o objetivo de destruir a economia inglesa e assim conquistar a Inglaterra, Napoleão proibiu os países europeus de comercializar com os ingleses, o chamado "Bloqueio Continental". O país que desobedecesse a esse bloqueio seria invadido. Com essa medida, D. João, se viu numa situação dificil uma vez que os portugueses eram antigos aliados dos ingleses.Se D. João obedecesse a Napoleão, a corria o risco dos ingleses ingleses invadirem o Brasil onde tinham interesse em estabelecer comércio; se não o fizesse, os franceses invadiriam Portugal.

1807
Como Portugal recusou-se em cumprir Bloqueio Continental, Napoleão decidiu invadi-lo. Mas, para isso, ele teria de cruzar, por terra, o território espanhol, uma vez que os mares eram controlados pela marinha de guerra inglesa. Assim, em 27 de outubro de 1807, o rei Carlos IV, da Espanha, e Napoleão assinaram, na França, o Tratado de Fointaneblau, no qual Portugal seria dividido em reinos após sua invasão. Por esse tratado, o governo espanhol também autorizava a passagem das tropas francesas pelo território espanhol.

Ao tomar conhecimento dessa ameaça, D. João, contando com a ajuda dos aliados ingleses, decide transferir a corte e a familia real portuguesa para o Brasil.

Em 29 de novembro de 1807, D. João, a familia real portuguesa e sua corte iniciam a viagem para o Brasil após terem feito um pacto com a Grã-Bretanha para que os escoltasse.

Aproximadamente 15 mil pessoas, em 18 navios de guerra portugueses, 13 navios de guerra ingleses e 25 navios mercantes, vieram para o Brasil com tudo o que podiam trazer de valor incluindo dinheiro, livros, documentos obras de arte e bens pessoais. Nos navios, vieram além da família real, nobres religiosos, médicos, militares, funcionários da coroa, pajens, cozinheiros, damas de companhia, cavalariços e outros serviçais. Quando o exército francês chegou a Lisboa encontrou um reino abandonado e pobre, governado por uma Junta de Regência.

1808
Em 22 de janeiro de 1808, D. João e sua comitiva desembarcam em Salvador. Cumprindo os acordos firmados com a Inglaterra, que havia se comprometido a defender Portugal das tropas francesas e a escoltar a familia real até o Brasil, D. João abre os portos do Brasil (que até então só exportavam para Portugal), para o livre comércio internacional. Esse ato foi de grande importância para o fortalecimento da economia brasileira fazendo com os produtores agrícolas e comerciantes passassem a ter uma prosperidade nunca antes vista. Sem querer, esse foi um dos primeiros passos em direção à independência.

Em 8 de março de 1808, a comitiva chega ao Rio de Janeiro que viria a ser a nova sede da corte portuguesa. D. João começou a organizar a estrutura da cidade para torná-la digna de ser a nova sede do Império Português. 

O vice-rei do Brasil, D. Marcos de Noronha e Brito cedeu sua residência - o Palácio dos Governadores - para o rei e sua família. Duas mil casas foram requisitadas para abrigar a comitiva real. Nessas casas, colocava-se nas portas a inscrição "P.R." significando "Principe Regente", mas os brasileiros diziam que essas letras significavam "Ponha-se na Rua". Os prédios públicos, quarteis e instituições religiosas também foram ocupados pelos portugueses. O Rio de Janeiro passou por uma grande transformação, não somente na parte política e administrativa, mas também na limpeza das ruas, nas novas construções que seguiam um padrão europeu, e até mesmo na moda seguindo as tendências do velho continente.

Nos próximos anos, mais transformações politicas, econômicas e sociais e necessárias para a operação do reino, foram sendo efetivadas como a criação do: Colégio de Cirurgia (em Salvador), Banco do Brasil, Casa da Moeda, Imprensa Régia, Museu Nacional, Real Teatro de São João, Real Academia e Escola de Belas Artes Real Academia de Desenho, Pintura, Escultura e Arquitetura, e Jardim Botânico. Além disso, fábricas foram abertas, estradas construídas e portos melhorados, dando grande impulso à economia brasileira. Açúcar, algodão e café passaram a ser lideres a mundiais em exportação exportação enriquecendo os poderosos da agroindústria brasileira. Mas essas mudanças passaram a incomodar a elite portuguesa que a cada dia se via mais abandonada em sua autoridade de colonizador.

1815
Com a derrota de Napoleão na batalha de Waterloo, os reis dos paises que haviam sido invadidos pela França foram chamados a retornar para reocupar seus tronos. Mas, D. João e a corte que vivia no Brasil não desejavam retornar para um Portugal que se tornou empobrecido pela guerra contra a França. Para justificar sua presença no Brasil, em 17 de dezembro de 1815, D. João eleva o Brasil à condição de reino: Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves.

1818
Após a morte da rainha D. Maria I, a quem D. João substituía, ele foi proclamado e coroado Principe Regente, recebendo o título de D. João VI.

1820
Após a vinda da família real para o Brasil, em 1808, Portugal ficou sem um governante em seu solo. Portugal era então governado pelo marechal inglês Bersford que havia expulsado os franceses do país.

Em 24 de agosto de 1820, foi deflagrado o movimento conhecido como Revolução Liberal do Porto, quando uma junta provisória assumiu o controle do país, criando as Cortes, formada pela nobreza, clero e burguesia. As Cortes convocaram uma Assembleia Constituinte que forçou D. João VI a retornar para Portugal e jurar obedecer à nova constituição. Por essas novas regras, o Brasil teria de voltar a ser uma colônia submetida ao controle e desejos da metrópole portuguesa o Brasil deixaria de ser um reino unido a Portugal, perderia seu vice-reinado com
sede no Rio de Janeiro e seria dividido em províncias autônomas, com governadores nomeados pelas Cortes Lusitanas.

1821
Enquanto o Brasil crescia e progredia, Portugal continuava empobrecido após a guerra contra Napoleão e com o comércio prejudicado pela abertura dos portos brasileiros. Antes disso, todo o comércio da colônia só podia ser feito com a metrópole que ditava os preços e não permitia o lucro dos exportadores brasileiros.

Em 7 de março de 1821, em Lisboa, a Assembleia Constituinte votou a emenda que dissolvia o reino do Brasil. Os deputados brasileiros (apenas 46 de um total de 72) tinham a expectativa de garantir algumas liberdades com essa nova constituição, mas os deputados portugueses tinham objetivos opostos quais sejam de que o Brasil voltasse a ser colônia e de que o comércio com outros paises voltasse a ser proibido.

Lógico que as elites brasileiras não gostaram nada dessa proposta uma vez que elas estavam ficando cada vez mais ricas com o comércio internacional, principalmente com a Inglaterra. Os ingleses, por seu lado, também tinham interesse que o Brasil se tornasse independente para puderem manter seu lucrativo comércio conosco.

Em 26 de abril de 1821, com receio de perder sua autoridade real, D. João VI, após 13 anos no Brasil, retorna para Portugal e deixa seu filho, D. Pedro (nome completo: Pedro de Alcântara Francisco Antônio João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon), como príncipe regente do Brasil. Mas, antes de partir, já antevendo uma possivel separação de Brasil e Portugal, D. João VI lhe dá um conselho "Pedro, se o Brasil tiver que se separar, antes que seja para ti, que me hás de respeitar, do que para qualquer um desses aventureiros". O retorno da família real para Portugal causou um grande déficit nas contas do Brasil deixando a nação em péssimas condições financeiras, uma vez que os portugueses, a exemplo de quando vieram para o Brasil, levaram para Portugal todo o dinheiro, pedras preciosas e joias que possuiam o que resultou na falência do Banco do Brasil alguns anos mais tarde.

A fim de apaziguar as conturbações politicas contrárias àas intenções dos portugueses, D. Pedro reduziu os impostos e equiparou as autoridades militares brasileiras às lusitanas, o que só fez desagradar ainda mais a Corte portuguesa que exigiu que o príncipe entregasse o governo a uma junta administrativa formada pelas Cortes e que retornasse a Portugal.

Esses fatos fizeram com que a elite econômica brasileira se visse ameaçada de perder todas as benesses econômico-financeiras que eles haviam conquistado desde a vinda da familia real portuguesa para o Brasil no ano de 1808. Para proteger seus lucros, os ricos brasileiros (produtores agrícolas e comerciantes) passaram a defender a ascensão de D. Pedro como líder da independência brasileira.

Em 9 de dezembro de 1821, a Corte Portuguesa enviou decretos ao Brasil ordenando a abolição da Regência, O retorno de D. Pedro a Portugal e a obediência da província a Lisboa e não mais ao Rio de Janeiro. Determinava ainda o fechamento de tribunais e departamentos administrativos. Os funcionários públicos ameaçados de perderem seus empregos também se tornaram favoráveis à independência fazendo com que jornais e abaixo-assinados se pronunciassem publicamente pedindo a permanência de D. Pedro no Brasil.

O principe regente resiste às pressões e, em torno dele, se une um grupo de políticos que defende a manutenção do Brasil no Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves.

Em 24 de dezembro de 1821, José Bonifácio, membro do governo provisório de São Paulo, escreve uma carta para D. Pedro criticando esses decretos da Corte e mostrando ao principe a importância do seu papel em rejeitar tais decretos. D. Pedro nomeia várias políticos brasileiros pró-independência para cargos administrativos de seu governo.

Em 29 de dezembro de 1821, D. Pedro recebe um abaixo-assinado pedindo que ele não deixe o Brasil.

1822
A pressão continuada da Corte Portuguesa faz com que a elite econômica brasileira fique cada vez mais alarmada quanto ao risco do Brasil voltar a ser colônia. Assim, fazendeiros e comerciantes começaram a defender a permanência de D. Pedro e a incentivá-lo a ser o líder da independência brasileira.

Em 1° de janeiro de 1822, D. Pedro recebe um manifesto escrito por José Bonifácio e assinado por toda a Junta Provinçal da cidade de São Paulo, onde eles registravam que as Cortes de Lisboa estavam tratando o Brasil de forma inaceitável e que os paulistas estavam dispostos a sacrificar suas vidas para que D. Pedro continuasse no Brasil no qual colocavam suas esperanças e a honra nacional.

Em 9 de janeiro de 1822, os cariocas entregam ao príncipe um abaixo-assinado com oito mil nomes reafirmando o que os paulistas haviam dito uma semana antes. Após ler esse documento entregue por José Clemente Ferreira, presidente do senado, D. Pedro decide desobedecer às ordens recebidas de Portugal proclamando a famosa frase: "Se é para o bem todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que fico". Esse episódio ficou conhecido como "Dia do Fico". Na verdade, D. Pedro decidiu ficar no Brasil não pelo povo, mas pela aristocracia que prometia apoiá-lo como imperador caso a futura independência não viesse a alterar seus privilégios socioeconômicos. O Dia do Fico aproximava ainda mais o Brasil de seu rompimento com Portugal.

Após o Dia do Fico, D. Pedro toma uma série de medidas para impedir a re-colonização portuguesa, preparando assim o caminho para a independência do Brasil. As principais foram: convocação de uma Assembleia Constituinte, organização da Marinha de Guerra, orientação de que as tropas portuguesas retornassem para a Europa e conclamação do povo a lutar pela independência.

Em 11 de janeiro de 1822, as tropas portuguesas lideradas pelo General Avilez, tentam obrigar o principe a retornar para Portugal. D. Pedro com o apoio do povo e de tropas leais consegue expulsar as tropas portuguesas do Rio de Janeiro.

Em 16 de janeiro de 1822, D. Pedro, nomeia José Bonifácio de Andrada e Silva, como ministro do Interior, da Justiça e dos Estrangeiros, cargo nunca antes ocupado por um brasileiro. José Bonifácio viria a ser o principal conselheiro do príncipe nos próximos 18 meses que antecederam a independência do Brasil.

Em 4 de abril de 1822, D. Pedro, decretou que ordens vindas de Portugal só teriam valor se aprovadas por ele, o "Cumpra-se", que levou a mais insatisfação das Cortes.

Em 13 de maio de 1822, atendendo ao pedido do Senado da Câmara do Rio de Janeiro, o Principe Regente aceita o título de "Defensor Perpétuo do Brasil".

Em 3 de junho de 1822, D. Pedro recusa fidelidade a Constituição portuguesa e convoca a primeira Assembleia Constituinte brasileira para redigir as novas leis do Brasil. As Cortes portuguesas anulam a convocação da Assembleia Constituinte brasileira e ordenam o imediato retorno de D. Pedro para Portugal.

Em 1° de agosto de 1822, ele assina um decreto considerando inimigas tropas portuguesas que desembarcassem no Brasil.

Em 6 de agosto de 1822, assina o Manifesto às Nações Amigas, redigido por José Bonifácio, justificando o rompimento com as Cortes de Lisboa e afirmando a independência do Brasil como reino irmão de Portugal.

Em 14 de agosto de 1822, D. Pedro viaja para Minas Gerais e São Paulo para acalmar alguns setores da sociedade preocupados com uma possivel desestabilização social do país. A regência fica entregue a sua esposa, D. Maria Leopoldina Josefa Carolina de Hasburgo.

Em 2 de setembro de 1822, dona Maria Leopoldina, recebe cartas de Lisboa contendo decisões abusivas das Cortes em relação ao Brasil. Ela reúne os ministros e envia dois mensageiros (Paulo Bregaro, oficial do Supremo Tribunal Militar e Antônio Ramos Cordeiro, major) para entregar essas cartas a D. Pedro.

Em 7 de setembro de 1882, o Príncipe Regente do Brasil, Dom Pedro, estava voltando de Santos, quando, às margens do rio lpiranga ("rio vermelho" em tupi-guarani), recebeu as cartas trazidas pelos mensageiros na qual seu pai (D. João VI), anulava a Assembleia Constituinte e Ihe ordenava imediato retorno para Portugal e que obedecesse e se submetesse ao rei e a Corte, sob pena de sofrer uma intervenção militar. Mas, junto com a carta de seu pai, duas outras cartas lhe foram entregues: uma do primeiro ministro José Bonifácio dizendo "Só existem dois caminhos: ou voltar para Portugal como prisioneiro das Cortes portuguesas ou proclamar a Independência, tornando-se imperador do Brasil", e outra de sua esposa Dona Maria Leopoldina, que além de apoiar o ministro Ihe dizia: "O pomo está maduro, colhe-o já, senão apodrece".

Após ler as cartas, D. Pedro concluiu que era chegada a hora de romper com Portugal. Então se dirigiu a sua guarda de honra e lhes disse "Amigos, as Cortes de Lisboa nos oprimem e querem nos escravizar.. Desse dia em diante nossas relações estão rompidas. Por meu sangue e minha honra e por Deus farei do Brasil um país livre". Às 16:30 horas, da tarde do dia 7 de setembro, D. Pedro levanta a espada pronuncia a célebre frase "Brasileiros, de hoje em diante nosso lema será: Independência ou Morte". Esse episódio conhecido como o Grito do lpiranga, declarava o rompimento da colônia brasileira de Portugal.

Em 12 de outubro de 1822, no seu aniversário de 24 anos, D. Pedro, o Principe Regente, foi aclamado como Imperador pelos pares do reino.
Em 1° de dezembro de 1822, ele é coroado pelo bispo do Rio de Janeiro como imperador e não como rei, apesar do seu direito monárquico, para mostrar que fora eleito pelo "povo", e recebe o título de D. Pedro I.

O PÓS-INDEPENDÊNCIA

Após a independência ter sido proclamada, muitos portugueses que viviam no Brasil não aceitaram a independência, o que levou a vários conflitos e guerras regionais como as guerras nas provincias do Grão-Pará, Bahia, Piauí, Maranhão e Cisplatina (atual Uruguai).

Após a independência, o Brasil continuou sendo um reino que mantinha os privilégios das classes dominantes. Desse modo, a escravidão não foi abolida, os latifúndios não foram divididos, a produção agrícola se manteve voltada para a exportação e o modelo de governo continuou a ser monárquico e centralizador. D. Pedro continuou a governar para os grandes latifundiários, comerciantes e traficantes de escravos.

José Bonifácio usava a expressão "Independência sem Revolução" para defender a proposta de que a independência devia ocorrer sem mudança de regime, isto é, sem a proclamação da república e sem mudanças sociais como a abolição da escravidão.

Em 25 de março de 1824, uma Constituição elaborada pelo Conselho de Estado é outorgada pelo imperador D. Pedro I. Com a Constituição em vigor e vencida as últimas resistências portuguesas nas províncias, O processo de separação estava concluído.

RECONHECIMENTO INTERNACIONAL DA INDEPENDÊNCIA

Os primeiros países a reconhecerem a independencia do Brasil foram Estados Unidos e México em 1824. A Inglaterra foi o primeiro pais europeu a reconhecer a independência do Brasil porque não queria perder seu lucrativo comércio conosco Portugal só reconheceu a independência do Brasil em 25 de agosto de 1825, após exigir de nós o pagamento de uma indenização de dois milhões de libras esterlinas.