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terça-feira, 29 de agosto de 2023

📚 Lendas Folclóricas


As Lendas Folclóricas representam o conjunto de histórias e contos narrados pelo povo que são transmitidas de geração em geração por meio da oralidade.


Lenda da mula sem cabeça

A lenda conta que quando uma mulher tivesse desejos por um padre, ou mesmo se casasse com ele, ela sofreria de uma maldição que a transformaria em uma mula, com fogo saindo de seu pescoço. Por isso ela recebe o nome de mula sem cabeça.
Sua maldição faz com que nas noites de quinta-feira a jovem se transforme na mula, correndo pela mata, atacando tudo que aparecer pela frente e soltando fogo. Essa criatura possui ferraduras de ouro e prata, e apesar de não possuir cabeça, é possível escutar seu relincho alto ou seus gemidos de mulher.
Algumas versões da lenda dizem que a criatura é atraída pelo brilho dos dentes e unhas das pessoas, e por isso quem a avistar deve se jogar de bruços no chão, escondendo seu rosto e mãos.
Apenas quando o galo cantar pela terceira vez na manhã da sexta-feira, a mula sem cabeça volta a se tornar uma jovem, exausta e cheia de marcas e arranhões. Então ela fica em sua forma até chegar na próxima quinta-feira, quando novamente a maldição a transforma em mula sem cabeça, lhe fazendo pagar por seus pecados.
Algumas variações da lenda contam que a mulher que dormir com seu namorado antes do casamento também pode ser enfeitiçada, se tornando a mula sem cabeça.
Independente da variação, essa lenda funcionava com uma forma de controlar as mulheres. Por medo da maldição, elas manteriam sua castidade, e olhariam para os padres apenas como um representante de Deus, e não como um homem.


Lenda do Curupira

O Curupira é um personagem do folclore brasileiro, que não existe, pois é uma história inventada pelo povo.
Dizem que o Curupira é um anão, com os pés virados para trás, cabelos de fogo e olhos arregalados, que mora na floresta e faz travessuras.
Esse anão fica bravo quando homens e caçadores aparecem em nossas matas para eliminar os animais e vender suas peles, destruir a vegetação, derrubar árvores, fazer queimadas, etc.
O Curupira não consegue ficar vendo tamanha destruição sem fazer nada. Com isso, apronta travessuras, pregando peças nesses homens. Ele solta assovios altos e finos, como uivos dos lobos; faz barulho chacoalhando galhos das plantas e atira pedras.
Contam às lendas que a maior travessura do Curupira é fazer com que os destruidores da natureza se percam nas florestas, não conseguindo mais sair.
Isso acontece porque o Curupira tem os pés voltados para trás e os caçadores seguem seu rastro indo para o lado contrário.
Por seus bem feitos à fauna e flora do Brasil, o anão é considerado o protetor das florestas.


Lenda do Negrinho do Pastoreio

A lenda do Negrinho do Pastoreio faz parte do folclore do nosso país e é muito contada na região sul. É de origem africana, pois veio para o país na época da escravidão. Na verdade, a história se passa nessa época, sendo ligada também à religião católica.
Conta a lenda que um senhor de engenho mandou o filho de um escravo pastorear alguns animais novos, que haviam sido comprados. O menino foi de boa vontade, conseguindo reunir os animais, sozinho, e levá-los para o curral da fazenda, embora fosse mirrado, pequenino e magrinho.
Porém, o feitor, que era muito malvado, percebeu que estava faltando um cavalo e açoitou o menino até sangrar.

No outro dia mandou que o negrinho fosse buscar o animal que havia deixado para trás. O menino assim o fez, mas o cavalo era muito forte e arrebentou a corda, sumindo novamente.
O moleque, sem saber o que fazer, voltou para a senzala, levando novas chibatadas. Como se isso não bastasse, o feitor o amarrou sobre um formigueiro.
Ao amanhecer, o negrinho estava curado das marcas das chibatadas e não havia levado nenhuma picada das formigas. Uma imagem de Nossa Senhora estava ao seu lado, consolando-o, e o animal fugitivo também havia voltado.
O feitor se arrependeu, pediu perdão e o Negrinho do Pastoreio foi embora, montado no cavalo fujão.
Curiosidade: Dizem que ao perdermos um objeto devemos fazer uma oração ao Negrinho do Pastoreio, pois ele traz o objeto de volta.


Lenda do Saci-Pererê

Moleque travesso e brincalhão, o Saci-Pererê é um personagem do folclore brasileiro, talvez o mais popular de todos.
Suas principais características são: fumar um cachimbo, ter uma carapuça vermelha na cabeça e andar, pulando, na única perna que tem.
Conta a lenda do Saci-Pererê que ele vive escondido pelas florestas, para assustar os destruidores da natureza. Seu maior ofício é assombrar esses homens, para que nunca mais voltem ao lugar e parem de degradar o meio ambiente.
Para que não seja pego, se esconde dentro dos redemoinhos, fugindo dos homens maus.
Mas esse moleque, negrinho, não consegue ficar quieto, apronta muitas “artes”. Ao entrar em nossas casas, assusta as pessoas, esconde objetos e apronta a maior bagunça.
Quando procuramos alguma coisa e não encontramos, dizemos que foi arte do Saci-Pererê, que escondeu o objeto perdido.
A carapuça do Saci lhe dá poderes mágicos. Pode desaparecer de um lugar, faz desaparecer objetos, prende as pessoas, derruba água, faz uma chama de fogão se acender sozinha, etc. Quando alguém consegue tirá-la de sua cabeça, o negrinho fica sob o domínio dessa pessoa. Mas ele é muito esperto e rouba o gorro de volta.
Dentre as molecagens preferidas do Saci-Pererê estão: queimar a comida, fazer vento para sujar a roupa limpa no varal, assustar viajantes que passam pelas estradas com gritos e assovios, abrir a porteira e soltar o gado, dar nós nas crinas dos cavalos, etc.


Lenda do Boitatá

O Boitatá é um personagem folclórico, de origem indígena, cujo nome significa Cobra de Fogo.
Essa lenda foi trazida para o Brasil pelos portugueses, na época da colonização, sendo contada pelos padres jesuítas.
A lenda diz que num certo tempo as matas ficaram na escuridão, sem a luz do sol. Fortes tempestades caíram, causando enchentes nas matas e florestas, o que provocou a morte de muitos animais.
Dos poucos animais que restaram, uma cobra, sem ter do que se alimentar, passou a comer os olhos dos animais mortos, que brilhavam no escuro. Com isso, a luz desses olhos foi se acumulando dentro do corpo da cobra, deixando-a totalmente transparente e iluminada.
Porém, alimentar-se de olhos animais deixou a cobra enfraquecida e a mesma morreu, perdendo sua luz interna. Dizem que a luz interna que saiu da cobra se transformou novamente em sol, trazendo a luz de volta para o mundo.


Lenda da Caipora

Caipora é um personagem do folclore, representado tanto por uma mulher, índia como por um homem matuto, baixo, que aparece montado em um caititu ou porco-do-mato. Antes era conhecido como Caiçara entidade que protegia as caças.
As características principais do Caipora são: ser anão, ter cabelos vermelhos, orelhas pontudas e dentes esverdeados.
Conta à lenda que o(a) Caipora é protetor dos animais de pele, couro ou chifre, como porcos, tamanduás, cobras, tatus, veados, etc.
Em sua missão, assusta os caçadores que matam esses animais de forma cruel e predatória. Muitas fêmeas são mortas quando estão prenhas e esses homens, insensíveis, não têm a mínima compaixão por esses animais.
Caipora é muito danada, prega peças nos homens que chegam às matas, mal intencionados, querendo matar animais. Vendo isso, Caipora solta uivos e gritos, assombrando-os.
Outra forma de defender os bichos é espantando-os para longe dos caçadores ou ressuscitando os que foram mortos.
Caipora fica furiosa e lança seu barulho, persegue os caçadores, bate em seus cachorros, até que os mesmos fujam da floresta, deixando a arma jogada ao chão.
Porém o(a) Caipora não é totalmente correto, pois gosta de fumo e bebida. Com isso, alguns caçadores levam esses presentinhos para ele(a) em troca de uma boa caçada. Mas a caça deve acontecer sem maltratar o animal, nem matar uma fêmea que espera um filhote.


Lenda do Boto cor-de-rosa

Os personagens folclóricos não existem, pois são histórias inventadas pelo povo.
O Boto Rosa é um personagem do folclore do Brasil, que vive nas regiões do Amazonas, sendo um mamífero que costuma virar as canoas que viajam à noite, para capturar as moças.
Outra forma utilizada pelo mamífero é que nas noites de lua cheia ele sai das águas do rio Amazonas, transformando-se em um lindo rapaz. Com sua beleza, fala sedutora, educação e meiguice enganam as moças, jogando seus encantamentos, conseguindo levá-las para o fundo do rio.
O Boto Rosa é considerado muito fértil, e leva as moças para engravidá-las. Quando uma pessoa não sabe quem é seu pai, diz que é filho do Boto.
Em noites de festas populares da região do Amazonas, as mães são alertadas para que cuidem de suas filhas, fazendo com que não acreditem nos rapazes que se aproximam querendo namorar, pois pode ser o Boto Rosa disfarçado de homem.
Conta à lenda que sempre que uma moça é tida como desaparecida, dizem que a mesma foi capturada pelo mamífero.
Talvez por isso o Boto seja uma das espécies animais em extinção, pois sempre que são avistados, são mortos, para não roubarem mais as moças.


Lenda da Iara

De acordo com a lenda, Iara era filha do pajé (curandeiro) de uma importante tribo amazônica. Muito habilidosa, era considerada a melhor guerreira da tribo e recebia muitos elogios do pai, o que despertou os ciúmes e inveja dos seus irmãos homens.
Uma noite, tomados por rancor os seus irmãos tentaram assassina-la enquanto dormia. Porém a guerreira conseguiu defender-se e, em meio à brutal batalha, acabou por ser ela a matar os irmãos.
Com medo da ira do pai, fugiu para o meio da mata. Entretanto foi encontrada e, como castigo, seu pai decidiu joga-la no encontro entre os rios Negro e Solimões. Compadecidos da situação trágica da índia, os peixes a levaram de volta à superfície e a transformaram na poderosa Iara, sob a luz da lua cheia.

Será? Ou talvez...
Existem também registros de cronistas dos séculos XVI e XVII em que a personagem mitológica aparece sob uma forma masculina, um homem-peixe chamado Ipupiara, o qual devorava os pescadores e os levava para o fundo do rio. A partir do século XVIII Ipupiara se torna a sedutora Iara na forma como é conhecida ainda hoje. 

segunda-feira, 28 de agosto de 2023

📚 Lenda da Mula sem Cabeça


Lenda da Mula sem cabeça 

A lenda da mula sem cabeça teve sua origem nos povos da Península Ibérica e foi trazida para a América pelos portugueses e espanhóis. No Brasil, a lenda se espalhou pela área rural, pela zona canavieira do Nordeste e pelo interior do Sudeste do país. É uma das lendas mais conhecidas do Brasil e fala de mulheres que foram amaldiçoadas com a capacidade de converter-se em uma mula que possui labaredas no lugar da cabeça.

Segundo a lenda, toda mulher que mantivesse ligações amorosas com um padre, seria castigada e transformada em mula sem cabeça. A aparência seria de cor marrom ou preta,  não apresentaria cabeça e no lugar apenas fogo; possuiria em seus cascos ferraduras que poderiam ser de aço ou prata,  seu relincho seria muito alto que poderia ser ouvido por muitos metros e seria comum gemer como um ser humano.

O encantamento acontecia nas noites de quinta-feira, quando a mulher era transformada em mula sem cabeça. Ela lançava fogo pelo pescoço e corria em disparada pelas matas e pelos campos. Com as patas, despedaçava os animais e as pessoas que surgissem em sua frente. O encantamento desaparecia no terceiro cantar do galo. Nesse momento, a mulher voltava à sua normalidade, geralmente exausta e ferida.

Para acabar de vez com o encantamento que recaía sobre a pecadora, alguém deveria arrancar os freios da mula ou furá-la com algum objeto pontiagudo a fim de tirar-lhe sangue, mesmo que fosse apenas uma gota.

O encantamento também poderia ser tirado pelo padre (namorado da mula), que deveria amaldiçoá-la sete vezes antes de celebrar as missas.

A lenda da mula sem cabeça foi utilizada para reforçar os padrões morais durante o período da colonização, no sentido de amedrontar as mulheres para que elas não tivessem relações sexuais antes de casarem-se, principalmente com sacerdotes religiosos. No entanto, nunca foi encontrado alguma menção de punição dedicada aos padres que decidiam quebrar os seus votos.

📚 Lenda do Bumba meu Boi


Lenda do Bumba meu Boi 

Bumba Meu Boi ou Boi-Bumbá teve origem cultural europeia e historiadores estimam que, no Brasil, a dança do bumba meu boi surgiu no século XVIII, na Região Nordeste. Nesse período, o boi tinha uma importância significativa, fosse pela sua simbologia, de força e resistência, fosse por fatores econômicos, já que havia grandes criadores de gado e colonizadores que faziam uso de mão de obra escravizada.

O bumba meu boi é uma manifestação artística e popular do folclore brasileiro.  Mistura aspectos das culturas portuguesa, negra e indígena. É reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), e como Patrimônio Cultural do Brasil, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

A história que envolve a dança do bumba meu boi está ligada à lenda de um casal de escravizados, chamados Pai Francisco e Mãe Catirina (ou Catarina) e o tema central é a morte e ressurreição de um boi.

Catirina estava grávida e começou a ter desejos por língua de boi. Seu marido, para atender o desejo da esposa gestante, matou o boi mais bonito de seu senhor. Quando o dono da fazenda notou a morte do animal, convocou curandeiros e pajés para ressuscitá-lo. O boi voltou à vida, e toda comunidade o celebrou com uma grande festa. Francisco e Catirina receberam o perdão do dono do boi.

O Bumba Meu Boi é uma das mais ricas manifestações do folclore brasileiro. O auto do boi retrata as diferentes visões sobre o boi e a sua imponência. Para os escravizados e trabalhadores rurais, o animal era companheiro de trabalho e sinônimo de força. Para os proprietários de fazendas, investimento seguro e uma fonte de renda.

A dança do Bumba meu boi é acompanhada por música regional, onde um homem vestido de boi faz várias coreografias. Ao redor do boi aparecem vários personagens típicos do século: vigário, cobrador de impostos, escravizado, boiadeiro, capitão do mato, indígena e o valentão. Muitas pessoas, moradores de ruas por onde ele passa, vão acompanhando o boi-bumbá vestidos com trajes de vaqueiro. A fantasia de boi é confeccionada de pano, madeira, fibra de coco e diversos enfeites.

Embora Bumba Meu Boi seja o nome mais conhecido, também possui outros nomes de acordo com a região. São os principais: boi-de-reis, boi-bumbá e boi-calemba.

📚 Lenda do Negrinho do Pastoreio


Lenda do Negrinho do Pastoreio 

O Negrinho do Pastoreio é um personagem do folclore brasileiro conhecido na região sul do Brasil. De origem africana e católica, a lenda surgiu em meados do século 19 e conta a história de um menino escravizado que recebeu um milagre de Nossa Senhora por ser um inocente que sofre com castigos de um fazendeiro.

A lenda está fortemente relacionada à pecuária, atividade econômica principal do Rio Grande do Sul no século XIX e os donos das fazendas eram chamados de estancieiros. A escravidão vigorava no Brasil e os primeiros movimentos pela abolição se iniciavam.

Alguns membros do movimento abolicionista utilizavam a narrativa para ilustrar os horrores da escravidão. Nesse sentido, a lenda do Negrinho do Pastoreio é uma oportunidade para pensarmos sobre o racismo que faz parte da história do Brasil. 

Conta a lenda que um senhor de engenho mandou o filho de um escravizado pastorear alguns animais novos, que haviam sido comprados. O menino foi de boa vontade, conseguindo reunir os animais, sozinho, e levá-los para o curral da fazenda, embora fosse mirrado, pequenino e magrinho.
Porém, o feitor, que era muito malvado, percebeu que estava faltando um cavalo e açoitou o menino até sangrar.
No outro dia mandou que o menino fosse buscar o animal que havia deixado para trás. O menino assim o fez, mas o cavalo era muito forte e arrebentou a corda, sumindo novamente.
O menino, sem saber o que fazer, voltou para a senzala, levando novas chibatadas. Como se isso não bastasse, o feitor o amarrou sobre um formigueiro.
Ao amanhecer, o menino estava curado das marcas das chibatadas e não havia levado nenhuma picada das formigas. Uma imagem de Nossa Senhora estava ao seu lado, consolando-o, e o animal fugitivo também havia voltado.
O feitor se arrependeu, pediu perdão e o Negrinho do Pastoreio foi embora, montado no cavalo fujão.
Segundo a lenda, o menino foi transformado num anjo e, ainda hoje, fica cavalgando pelos campos dos pampas gaúchos.

O Negrinho do Pastoreio é considerado, por aqueles que acreditam na lenda, como o protetor das pessoas que perdem algo. De acordo com a crença, ao perder alguma coisa, basta pedir para o menino do pastoreio que ele ajuda a encontrar. Em retribuição, a pessoa deve acender uma vela ao menino ou comprar uma planta ou flor.

📚 Lenda da Cuca


Lenda da Cuca

De origem portuguesa, diz a lenda que a Cuca é uma bruxa com corpo de jacaré, unhas enormes, voz assustadora e protetora da floresta.Vive numa caverna, onde faz poções mágicas. Dorme uma noite a cada sete anos e quando fica brava solta um berro que dá pra ouvir a dez léguas de distância. Costuma assustar as crianças desobedientes, colocar em um saco e levar embora. 

Essa personagem do folclore brasileiro se originou através de outra lenda: a Coca, um dragão comedor de crianças desobedientes que fica à espreita nos telhados das casas, uma tradição trazida para o Brasil pelos portugueses. Essa lenda está presente em todo o território nacional e ficou muito conhecida por conta das canções de ninar.

Uma das mais conhecidas cantigas de ninar assinala a presença desse ser mitológico e malvado. Muitas vezes, a Cuca é confundida com o Bicho-papão. Isso porque ambos personagens possuem o mesmo propósito educativo:

Nana neném que a Cuca vem pegar,
papai foi pra roça, mamãe foi trabalhar.
Bicho-papão, saia do telhado,
deixe a/o (nome) dormir sossegada/o

Cuidado com a Cuca que a Cuca te pega
E pega daqui e pega de lá
Cuidado com a Cuca que a Cuca te pega
E pega daqui e pega de lá
"

A lenda da Cuca afirma que a personagem era uma mulher idosa, assustadora e que praticava maldades, como sequestrar as crianças desobedientes. Cuca andava pelas ruas espiando as casas que tivessem alguma criança que não estivesse dormindo cedo ou que não cumprisse as ordens dos pais. A lenda era contada para que as crianças ficassem amedrontadas e fossem sempre obedientes.

A Cuca faz questão de ser a criatura mais maléfica das redondezas e não aceita que outros bruxos se aproximem de seu território.  

A sua maior fraqueza é um pingo d’água que cai em sua caverna.

📚 Lenda da Vitória-régia


Vitória-Régia 

lenda da vitória-régia, uma das mais conhecidas do folclore brasileiro e pertence à cultura do norte do país.

Ela explica a origem da planta aquática vitória-régia, que é símbolo da Amazônia.

Segundo essa lenda indígena e amazônica, a vitória-régia é originalmente uma índia que se afogou após se inclinar no rio para tentar tocar o reflexo da Lua. Para os índios, a Lua era Jaci, deusa da Lua na mitologia tupi, que transformava as índias que escolhia em estrelas do céu.

Quando Jaci tocava nas índias, ela as transformava em estrelas. Naiá, que viria a ser transformada na vitória-régia, admirava a beleza de Jaci e queria muito que Jaci a transformasse numa estrela para viver ao seu lado.

Apesar de a tribo alertar Naiá que ela deixaria de ser índia se fosse levada por Jaci, ninguém sonseguia convencê-la e, conforme o tempo passava, desejava cada vez se encontrar com ela.

Certa noite, sentada à beira do rio, a imagem da Lua estava sendo refletida na água. Assim, parecendo estar diante de Jaci, inconscientemente Naiá se inclina para a tocas, e cai no rio despertando da ilusão. No entanto, apesar do seu esforço, não consegue se salvar e morre afogada.

Ao saber o que tinha acontecido com Naiá, Jaci, com grande comoção, quis homenageá-la. Em vez de transformá-la em uma estrela como fazia com as outras índias, transformou-a em uma planta aquática, a vitória-régia, que é conhecida como a estrela das águas.

Dessa forma, nasceu a Vitória-Régia, uma planta aquática que possui uma das flores mais belas do mundo e é capaz de atingir até dois metros e meio de diâmetro com suas folhas circulares.

Uma curiosidade sobre a folha da vitória-régia é que esta, quando jovem, possui o formato de coração

📚 Lenda do Lobisomem


Lenda do Lobisomem 

A lenda do lobisomem chegou ao Brasil por meio dos portugueses, durante o período colonial. É uma lenda conhecida em todo mundo praticamente e fala de um homem que se transforma em lobo em noites de lua cheia. É conhecido por ter o corpo peludo, enorme força física, olhos vermelhos e longas garras.

O lobisomem é o primeiro filho homem nascido de um casal que teve sete filhas. Também o será, o filho de mulher amancebada com um Padre. Sempre pálido, magro e orelhas compridas, o menino nasce normal. Porém, logo que ele completa 13 anos, a maldição começa. Na primeira noite de terça ou sexta-feira, depois do aniversário, ele sai à meia-noite e vai até um encruzilhada. Ali, no silêncio da noite, se transforma em Lobisomem pela primeira vez, e uiva para a lua.

Daí em diante, toda terça ou sexta-feira, ele corre pelas ruas ou estradas desertas com cachorros latindo atrás, passando por cemitérios, amedrontando vilas, apagando as luzes etc. Antes do Sol nascer, quando o galo canta, o Lobisomem volta ao mesmo lugar de onde partiu e se transforma outra vez em homem. Quem estiver no caminho do Lobisomem, nessas noites, deve rezar três Ave-Marias para se proteger.

De acordo com a lenda, um lobisomem só morre se for atingido por uma bala ou outro objeto feito de prata.

A maldição do lobisomem pode ser transferida de pai para filho e aqueles que forem  mordidos pelo lobisomem também se transformarão tempos depois.

Para saber se um homem é lobisomem, basta reparar em suas ações: se for um homem irritadiço, que come pouco, mas gosta de comidas salgadas e apimentadas, for preguiçoso, viver cansado e tiver muita sede, a chance de ser o lobisomem é grande.

📚 Lenda do Boto cor-de-rosa


Lenda do Boto cor-de-rosa

O boto-cor-de-rosa é um dos seres do folclore brasileiro, sendo sua lenda muito comum na região Norte. O boto-cor-de-rosa é um animal presente nos rios amazônicos e a lenda fala que esse animal se transforma em um homem muito bonito e conquistador, que parte à procura de mulheres para seduzi-las.

Durante a transformação, ele passa a usar roupas e sapatos brancos, além de um chapéu que tampa o topo de sua cabeça. Esse chapéu seria um disfarce, pois a transformação não é completa: no topo da cabeça estariam as narinas do boto.

Uma maneira de confirmar se os homens presentes na festa não são o boto é retirando os seus chapéus a fim de atestarem as identidades.

Existem diferentes versões da lenda, sendo que algumas falam que ele se transforma durante qualquer festa nas comunidades ribeirinhas, e outras, que a transformação só acontece na Lua cheia do mês de junho, durante as festividades de Santo Antônio, São João e São Pedro.

O boto cor-de-rosa é considerado amigo dos pescadores da região amazônica. De acordo com a lenda, ele ajuda os pescadores durante a pesca, além de conduzir em segurança as canoas durante tempestades. O boto também ajuda a salvar pessoas que estão se afogando, tirando-as do rio.

Na cultura popular amazônica acredita-se que a pessoa que comer a carne de boto ficará louca e enfeitiçada.

Ainda nos dias atuais, principalmente na região amazônica, costuma-se dizer que uma criança é filha do boto, quando não se sabe quem é o pai.

É uma lenda de origem indígena. 

📚 Lenda do Curupira


Lenda do Curupira 

Curupira é um ser mítico do folclore brasileiro conhecido por ser o guardião da floresta e por punir aqueles que entram nela para derrubar árvores ou caçar os animais. O curupira é personagem de uma lenda que se originou na cultura indígena brasileira e é muitopopular na Região Norte do país, sobretudo no Amazonas e Pará. A origem do nome é tupi-guarani e significa "corpo de menino".

Suas características físicas são bastante conhecidas, a lenda diz que o curupira é pequeno (alguns chamam-no de “anão”), tem os cabelos vermelhos como fogo, e seus pés são posicionados ao contrário, com os calcanhares para frente.

Curupira gosta de pregar peças nos caçadores que entram na floresta. Ele pode disfarçar-se de caça e, assim, atrair a atenção do caçador, que inicia uma perseguição à sua suposta presa e, então, perde-se no meio da floresta. Ele também pode atormentar os caçadores com um assovio ensurdecedor. As vítimas do curupira ficam atordoadas pelo som e por não saber de onde e quem está emitindo-o. Reza a lenda que, caso encontre o curupira na floresta, você pode escapar dele fazendo um nó em um pedaço de cipó.

No entanto, achar o Curupira por conta própria na floresta é quase impossível, já seus pés ao contrário sempre enganam sobre seu caminho.

Reza a lenda, que ele vive dentro de uma árvore, e se um dia você sentir sua presença, o melhor a fazer é sair correndo, pois quem o encontrou nunca mais foi o mesmo...

Em 17 de julho, Dia da Proteção às Florestas, também é celebrado o dia do Curupira, guardião das florestas brasileiras.

📚 Lenda da Sereia Iara


Lenda da Sereia Iara

Iara, também é conhecida como Lenda da Mãe D’Água e é de origem indígena. No idioma Tupi, Iara ou Yara, do indígena Iuara, significa “aquela que mora nas águas”. Ela é metade peixe e metade mulher: da cintura para baixo tem uma cauda de peixe, e da cintura para cima tem o corpo de mulher.

Costuma tomar banho nos rios e cantar uma melodia irresistível. Os homens que a veem não conseguem resistir ao seu encanto e pulam dentro do rio. Ela tem o poder de cegar quem a admira e levar os homens atraídos por ela para o fundo do rio.

Segundo a lenda, Iara era uma índia guerreira, trabalhadora e corajosa. Suas qualidades despertavam a inveja em seus irmãos, que começaram a planejar uma forma de matar sua irmã. No dia combinado, os irmãos começaram a brigar com ela, que logo utilizou suas qualidades de guerreira, e, mesmo sozinha, conseguiu se livrar dos ataques dos irmãos e matá-los um a um.

Logo após a briga e a morte dos irmãos, Iara tentou fugir da punição do seu pai, que era o pajé da tribo à qual ela pertencia. Apesar da fuga, seu pai a encontrou e a jogou nas águas de um rio que corria na Floresta Amazônica. Para sorte de iara, ela foi encontrara por peixes e resgatada do fundo do mar. Os peixes a transformaram em sereia, e seu corpo se modificou: metade permaneceu mulher e a outra metade se transformou em peixe. Após essa metamorfose, a agora sereia Iara voltou para as águas dos rios da Amazônia.

Iara começou a emitir uma melodia atraente por meio da sua voz doce e suave. Os homens que se deixavam seduzir por seu canto eram levados até o fundo das águas e morriam afogados. Já aqueles que conseguiram se manter resistentes e não deram ouvidos para a voz doce e suave vinda da sereia, tornaram-se loucos. Para voltar à sanidade, os homens tinham que obrigatoriamente procurar um pajé para que pudessem ser curados.

A lenda é muito conhecida na Região Norte do Brasil.