sábado, 23 de setembro de 2023

📚 A Revolução Farroupilha

 

A REVOLUÇÃO FARROUPILHA

A Guerra dos Farrapos, também conhecida como Revolta dos Farrapos ou Revolução Farroupilha, foi uma das revoltas provinciais que aconteceram no território brasileiro durante o Período Regencial. Ela ganhou notoriedade pelo maior tempo de duração (10 anos), e, além disso, foi uma das que apresentaram maior ameaça à integridade territorial brasileira.

Organizada como um movimento da elite gaúcha, a Guerra dos Farrapos encerrou-se após a negociação de paz dos estancieiros gaúchos com o governo. Os termos da rendição ficaram conhecidos como Tratado do Poncho Verde.

CAUSAS
 
A Guerra dos Farrapos aconteceu, principalmente, por causa da insatisfação dos estancieiros gaúchos com a política fiscal do governo brasileiro. No século XIX, a província do Rio Grande do Sul tinha como principal produto o charque (carne-seca), que era vendido como principal alimentação dos escravos no Sudeste e Nordeste do Brasil.

O charque era produzido pelos charqueadores, que compravam a carne bovina dos estancieiros, os criadores de gado do Rio Grande do Sul. A grande insatisfação destes estava relacionada com a cobrança de impostos  realizada pelo governo sobre a produção de charque da região. O charque gaúcho recebia uma pesada taxa de cobrança, enquanto o que era produzido pelos uruguaios e argentinos tinha uma taxação diminuta.

Esse quadro tornava o produto gaúcho menos competitivo, uma vez que seu preço era maior. A principal exigência dos estancieiros era que o charque estrangeiro fosse taxado para tornar a concorrência entre o produto nacional e o estrangeiro mais justa. No entanto, outras razões ajudam a entender o início dessa revolta:

•Insatisfação com a taxação sobre o gado na fronteira Brasil–Uruguai;
•Insatisfação com a criação da Guarda Nacional;
•Insatisfação com a negativa do governo em assumir os prejuízos causados por uma praga de carrapatos que atacou o gado na região em 1834;
•Insatisfação com a centralização do governo e a falta de autonomia da província;
•Circulação dos ideais federalistas e republicanos na região.

A soma desses fatores levou os gaúchos a rebelarem-se contra o governo central em 20 de setembro de 1835. Em um primeiro momento, a revolta não tinha caráter de separatismo, mas, à medida que a situação avançou, a saída separatista ganhou força.

A Guerra dos Farrapos teve como líder o estancieiro Bento  Gonçalves, que, inclusive, foi o presidente da República Rio-Grandense por algum tempo. Outros nomes importantes foram o do italiano Giuseppe Garibaldi e o do militar brasileiro David Canabarro. Ambos foram responsáveis por levar a guerra contra o império para a província de Santa Catarina, fundando lá a República Juliana, em julho de 1839. A República Juliana, no entanto, teve curta duração, pois essa região foi  retomada pelo governo imperial em novembro do mesmo ano.

OS DESDOBRAMENTOS DO CONFLITO 

●Em 1835, os revolucionários, comandados por Bento Gonçalves, tomaram Porto Alegre, forçando a retirada das tropas imperiais da região.
●Com a prisão do líder Bento Gonçalves em 1835, a liderança do movimento passa para as mãos de Antônio de Souza Neto.
●Em 1836, os farroupilhas conquistam várias vitórias diante das forças imperiais.
●Em 11 de setembro de 1836 é proclamada, pelos revoltosos, a República Rio-Grandense. Mesmo na prisão, os farroupilhas declaram Bento Gonçalves presidente.
●No ano de 1837, após fugir da prisão, Bento Gonçalves assume de fato a presidência da recém-criada República Rio-Grandense.
●Em 24 de julho de 1839, os farroupilhas proclamam a República Juliana, na região do atual estado de Santa Catarina.

Para conter a revolta na província do Rio Grande do Sul, o governo brasileiro nomeou Luís Alves de Lima e Silva, o Barão de Caxias (futuro Duque de Caxias). A ação de Caxias à frente de 12 mil homens foi muito eficiente, pois conseguiu sufocar os farrapos com ações militares estratégicas e, com a diplomacia, levá-los à negociação.

A paz foi assinada no Tratado de Poncho Verde, em que os farrapos colocaram fim na revolta e, na condição de derrotados, aceitaram os termos propostos pelo governo.

O acordo realizado entre o governo brasileiro e os farrapos estipulou:
●Taxação em 25% sobre o charque estrangeiro;
●Anistia para os envolvidos com a revolta;
●Incorporação dos militares dos farrapos ao exército imperial, mantendo sua patente;
●Os provincianos teriam direito de escolher o próprio presidente de província (entretanto, isso não foi cumprido);
●Os escravos que lutaram do lado dos farrapos seriam alforriados (item também não cumprido).

A revolta realizada pelos farrapos não era um movimento de caráter abolicionista, uma vez que muitos dos estancieiros e charqueadores possuíam uma grande quantidade de trabalhadores escravos, e, portanto, para eles a abolição não era economicamente viável. Havia, sim, farrapos que defendiam o abolicionismo, mas o movimento em si não tinha em sua pauta promover a abolição da escravidão, caso fossem vitoriosos.

ATIVIDADE

1-Como também é conhecida a Guerra dos Farrapos?

2-O que motivou a chamada Revolução Farroupilha?

3-Quanto tempo durou a Revolução Farroupilha?

4-Quem foi o líder da Revolução Farroupilha?

5-O que criticavam os integrantes da Guerra dos Farrapos?

6-Quem foi nomeado para conter a Revolução?

7-Cite quais foram as duas principais conquistas dos integrantes da Revolução  Farroupilha:

8-Qual o nome do Tratado que pôs fim à Revolução?

9-Quais as ações determinadas foram capazes de resolver a desavença estabelecida entre os gaúchos e o governo imperial?

10-A Revolução Farroupilha foi um movimento abolicionista?

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